COLEÇÃO AMAZONIA
O desmatamento ou desflorestação é o processo de desaparecimento permanente da floresta que resulta, em grande parte, da intervenção humana. Na Amazónia, esse processo começou em meados do século XX fruto de políticas de incentivos fiscais, nomeadamente do Brasil, cujo resultado foi a expansão de infraestruturas, em especial estradas e energia (construção de barragens), o que tornou o país a maior economia da América Latina, mas também o principal responsável pela desflorestação na região.
A desflorestação é também uma consequência da exploração madeireira, da expansão da fronteira agrícola e da pecuária. Ou seja, os fazendeiros limpam o terreno através do abate de árvores, vendem-nas aos madeireiros e assim financiam a agricultura e a pecuária. Os grandes fogos florestais, com consequências na biodiversidade da floresta associadas às mudanças climáticas locais, - extinção de numerosas espécies e emissão de gases com efeito de estufa – também são responsáveis pela desflorestação.
Apesar da gestão florestal sustentável parecer bastante promissora do ponto de vista económico - e também ambiental -, ela é aplicada a escalas muito reduzidas. As razões são várias: o desconhecimento generalizado dos benefícios deste tipo de práticas, o lucro que no curto prazo a exploração tradicional permite, o desrespeito da legislação florestal e o tamanho da área da floresta necessária para compensar a procura de uma empresa madeireira.
Por tudo isto, torna-se necessário concentrar esforços para recuperar as áreas desmatadas através da criação de um conjunto de reservas de desenvolvimento, de modo a garantir a proteção das florestas ainda virgens e o habitat das populações indígenas.
O desenvolvimento da Amazónia deve ser feito através da diminuição dos custos sociais e ecológicos da exploração de recursos, bem como a melhoria das condições de vida nas cidades e o controlo das doenças tropicais. “O estado atual do conhecimento e do seu progresso futuro permitem perspetivar um desenvolvimento sustentável da Amazónia que deve privilegiar, não a exploração e domínio da natureza pelo homem, mas a vinculação do homem à natureza.” - in Ambiente e Mudanças Globais, GeoINova, Revista do Departamento de Geografia e Planeamento Regional, número 9, 2004.